NOTA DE ESCLARECIMENTO
TRANSIÇÃO BI-CPL / PROCESSO
SELETIVO PARA VAGAS RESIDUAIS
Caras
e caros estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, nós, do Centro
Acadêmico do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde – CABIS, através desta nota,
pretendemos esclarecer algumas dúvidas acerca do processo de transição BI-CPL e
a relação desta transição com o processo seletivo para vagas residuais. Esta
relação tem causado um certo desconforto entre as e os estudantes, criando um
ambiente de competição que, infelizmente, já foi fomentado em demasia pela
Universidade Federal da Bahia e que, em nossa opinião, deve ser evitado ao
máximo dentro e fora dos muros do IHAC e da universidade como um todo.
O
assunto mencionado acima já foi alvo de discussão em anos anteriores, mas nos
últimos meses tem ganhado força e, com a aproximação do fim do semestre 2013.2
e a consequente formação de mais uma turma dos BI’s, o tema tem sido foco de
discussão entre as e os estudantes do curso, alcançando por último, à universidade
como um todo, uma vez que o referido assunto será alvo de discussão em um dos
conselhos superiores da universidade – o Conselho Acadêmico de Ensino (CAE).
Antes
de trazermos as nossas considerações, gostaríamos de salientar o quanto
consideramos importante o processo de maturação das discussões e as
consequências nas quais este processo resulta. Acreditamos que decisões
importantes como esta devem ser tomadas após um longo e qualificado processo de
discussão e que devemos nos despir de quaisquer posições individualistas a fim
de que possamos compreender que as realidades não são as mesmas para todos os
indivíduos e que, portanto, temos de ser responsáveis em nossas ações, até
mesmo para não criarmos pré-conceitos, não sermos incoerentes ou mesmo para não
iniciarmos uma nova “caça às bruxas”. Tendo em vista, que o que está sendo
feito é uma prática prevista no regimento da universidade, que possibilita às e
os estudantes que necessitam de fato utilizarem-se deste mecanismo para permanecerem
na universidade e terem acesso a outras oportunidades acadêmicas. O que
pretendemos aqui é colaborar de alguma forma para as discussões e esclarecermos
àquelas e àqueles que ainda não sabem o que está acontecendo e que acabam sendo
forçados a assumir uma posição, sem haver uma discussão que é de fundamental
importância.
Como
muitos devem saber, há na UFBA, assim como em todas as instituições de ensino,
as transferências interna e externa, amplamente conhecidas como “vagas
residuais”. As vagas residuais consistem em vagas que não foram preenchidas
através do vestibular, ou de estudantes que desistiram do curso ainda dentro do
tempo previsto para o cumprimento do fluxograma do mesmo. Nos BI’s, devido a não
implantação efetiva do regime de ciclos pela Universidade Federal da Bahia,
vemos que as e os estudantes, mesmo após passar por um vestibular, continuam
dentro de uma lógica de disputa e competitividade, já que o Bacharelado
Interdisciplinar não tem como objetivo profissionalizar o indivíduo, tendo como
uma das possibilidades, para quem assim deseja, ingressar nos Cursos de
Progressão Linear – CPL. Neste sentido, a não implementação do regime de ciclos
restringe o número de vagas e fomenta a competição, o que acaba trazendo
consequências como esta em que estamos vivendo no momento. Alguns estudantes,
ao realizarem uma avaliação de conjuntura, percebem que há uma possibilidade
iminente de não conseguirem ingressar no CPL desejado e, diante desta
possibilidade, recorrem a um mecanismo permitido pela universidade: realizar
transferência interna através das vagas residuais, trocando apenas de turno.
Através deste mecanismo é possível “zerar” o CR e ao mesmo tempo pedir
aproveitamento de estudos, o que irá levar este estudante a uma posição
privilegiada frente aos demais, uma vez que as notas dos componentes
curriculares que puxavam seu CR para baixo não mais existirão, em contrapartida
a carga horária do componente cursado estará presente em seu histórico, não
trazendo nenhum prejuízo para este estudante, uma vez que ele não necessitará
permanecer mais tempo no curso para se formar.
Esta
prática tem sido bastante condenada por estudantes que veem nesta estratégia
uma maneira de “burlar o sistema”. Concordamos que a transferência interna não
existe para que estudantes se aproveitem dela para se beneficiar dentro de um
curso que, infelizmente, segue moldes completamente diferentes daqueles
pregados pelo seu projeto pedagógico, mas salientamos que a UFBA tem grande
responsabilidade nisso, pois não há qualquer espaço de discussão dentro da
universidade que contemple a temática de regime de ciclos nos cursos de
graduação.
É
completamente compreensível que as e os estudantes que se sintam prejudicadas e
prejudicados e/ou injustiçadas e injustiçados diante de tal prática se
organizem a fim de impedir que tal ação continue a ser feita, afinal, diante de
tais circunstâncias um dos objetivos após a conclusão do BI (transição para o
CPL) pode estar comprometido. Quando responsabilizamos a universidade nós não
nos referimos a permissão que existe para a realização da transferência
interna, nos referimos ao fato de esta universidade ter inserido dentro de seus
muros um curso de caráter inovador, se autointitular como “Universidade Nova”,
contudo continuar sendo uma universidade conservadora e que, por omissão ou
mesmo decididamente, abandona os BI’s, não alimentando qualquer tipo de
discussão mais ampla acerca do regime de ciclos.
É
fundamental também apresentar a todas e todos a composição do Conselho
Acadêmico de Ensino - CAE e qual a nossa responsabilidade nesse espaço. O CAE é
composto pelo Pró-reitor de Ensino de Graduação, Pró-reitor de Ensino de
Pós-graduação, por representantes de cada Instituto/Faculdade da UFBa,
representante dos servidores técnico-administrativos, representante da
comunidade (vaga não preenchida) e os representantes estudantis indicados pelo
Diretório Central dos Estudantes (DCE). Diante de tal composição, fica claro
que não estamos num espaço do IHAC ou do nosso B.I. Saúde. Estamos num espaço
composto por representantes de toda a universidade e, portanto, toda decisão
tomada neste conselho necessita de uma discussão mais aprofundada, pois todas
as decisões deste conselho têm consequências diretas e indiretas na vida de
todas e todos estudantes desta instituição.
Gostaríamos
de finalizar convidando a todas e todos para que lembrassem que o projeto
político-pedagógico dos Bacharelados Interdisciplinares vai muito além de uma
transição BI-CPL ou mesmo uma questão burocrática que envolve as vagas
residuais. Estamos num curso inovador que traz uma nova perspectiva de modelo
de ensino e para tal, faz-se necessário que sejamos as e os protagonistas da
efetivação desta mudança. Tendo como objetivo final a completa implementação do
regime de ciclos na Universidade Federal da Bahia.
Centro Acadêmico do Bacharelado
Interdisciplinar em Saúde – CABIS
Gestão: Construindo o Amanhã –
2013/2014
Salvador, 12 de novembro de 2013